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Letters and words

Letters and words

El segreto de sus ojos

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Caro leitor, 

a RTP emitiu ontem o filme que tanto gabei em relação à versão americana na carta "O segredo está nos olhos". Infelizmente não me lembrei de deixar aqui um lembrete.

Aproveite a capacidade de recuar 7 dias oferecida pela NOS/MEO/VODAFONE e veja, se não viu, o surpreendente filme.

A verdade está algures por aí...

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Caro leitor,

fui na década de 90 uma espectadora assídua da série de culto The X-Files. (Não estabeleça já ideias preconcebidas; afinal,  também fui uma espectadora assiduamente apaixonada pela série, também de culto, MacGyver. Bem, mas isso - entenda-se o facto de gostar de várias séries e não a relevância do sublinhado - daria uma longa carta). 

Assisti religiosamente a todos os episódios da série sobre conspirações alienígenas, muitos dos quais com o meu irmão. Aprendi imenso não só sobre as ditas conspirações e a paranormalidade, mas sobretudo sobre a cultura norte-americana.

Vi os filmes que se foram fazendo com o mesmo título, elenco e história e a decepção foi crescendo em mim. Consequentemente, quando uma nova série foi anunciada, mais de uma década depois do seu término, esperei cautelosamente, sem grandes espetativas, pelo início da nova série. Sabia que, muitas séries da minha juventude não se revelaram intemporais e as atuações dos atores e diálogos vistos à luz do novo milénio ou vistos através uma lente adulta não sobreviveram à critica (já viram as atuações e diálogos na série MacGyver? Não é necessário falar em Baywatch, pois não?). 

Vi os dois novos primeiros episódios ontem e ainda que evocassem a série original, senti que tudo era demasiado forçado, a relação entre os dois, as suas próprias personagens, até algumas das referências atuais como as referentes a UBER, Edward Snowden e Obamacare. Gostei, no entanto do explicação inicial - vital para quem nunca viu a série, importante para os fãs da mesma. Devo dizer que estes novos episódios me fizeram sentir mais apreço pela velhinha série. Cheguei mesmo a espreitar partes de alguns episódios no Youtube e talvez, pasme-se caro leitor, a velhinha série tivesse qualidade: os diálogos não me parecem, à luz dos meus 36 anos, forçados ou pouco criativos; as atuações dos atores parecem genuínas, interessantes e interessadas verdadeiramente na trama.

Não sabendo ao certo se vou sentir motivação para acompanhar esta série, vamos ver se fará jus à velhinha. - I want to believe...

P.S. A título de curiosidade e para todos que eram adolescentes/jovens adultos na década de 90 ou para aqueles que nunca siram a série, aqui fica um   "amuse-bouche", cortesia de Jimmy Kimmel  https://www.youtube.com/watch?v=L6pLxYXpW8I

 

Adam, Eve and Lili

Caro Leitor,

o filme mais recente que vi numa tela de cinema foi THE DANISH GIRL, baseado no best seller homónimo de David Ebershoff. A temática da transexualidade - ou até mesmo a temática da diferença- está na berra - e ainda bem que assim é. E ainda bem que há testemunhos de outras épocas, provando que não é algo recente. 

O filme é bonito. Bonito visualmente, pelas cores que o adornam. Bonito pela história de amor/amizade entre Greta e Lili. Bonito pela leveza com que aborda a temática. Bonito pela história trágica que narra ainda que muito pouco baseada na verdadeira e horrível história de Einar Wegener, Lili Elbe e a mulher que os apoiou, Gerda Wegener, como mais tarde vim a saber. Bonito, quanto mais que não seja porque impulsiona a curiosidade e a pesquisa pelas personalidades da época retratadas no filme e pelas obras que deixaram. Afinal, há que reconhecer a bravura de alguém se submete a uma cirurgia experimental para existir verdadeiramente.

Não conhecendo detalhadamente a história real, posso apenas dizer que a visão romantizada do escritor e do realizador seduzem, um pouco como a transformação de Eddie Redmayne seduz o espectador. Alicia Vikander está muito bem no papel de Greta, mas talvez não tanto no papel da verdadeira Gerda, a quem muitos atribuem uma homossexualidade clandestina. Gosto do modo como o filme se inicia e acaba, em género de "full circle". Gosto da passagem de Einar a Lili que prima pela simplicidade e onde a primeira personagem não se abandona totalmente para encarnar a segunda. Gosto das pinturas que espreitam ao longo do filme. Gosto da atuação dos atores, destacando-se facilmente a atuação de Redmayne pela relevância do seu papel no filme.

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A nomeação para o óscar de melhor ator está garantida, falta saber se o ganha ou não. Good luck, Eddie.