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Letters and words

Letters and words

Old school-3

“Every great magic trick consists of three parts or acts. The first part is called "The Pledge". The magician shows you something ordinary: a deck of cards, a bird or a man. He shows you this object. Perhaps he asks you to inspect it to see if it is indeed real, unaltered, normal. But of course... it probably isn't. The second act is called "The Turn". The magician takes the ordinary something and makes it do something extraordinary. Now you're looking for the secret... but you won't find it, because of course you're not really looking. You don't really want to know. You want to be fooled. But you wouldn't clap yet. Because making something disappear isn't enough; you have to bring it back. That's why every magic trick has a third act, the hardest part, the part we call "The Prestige".”

Christopher Priest

 

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Caro Leitor,

o filme que aqui incluo não é um tesourinho tão bolorento como os precedentes, mas não deixa de ser um tesourinho. Aproveitando o facto de que foi há pouco tempo exibido no AXN e que o público leitor o possa ter visto ou que ainda tenha oportunidade de o ver, descarto o filme que iria inserir aqui e apresento-lhe, um pouco antes do final do mês, The Prestige.

Um filme sobre mágicos e magia, nos primórdios da forma de entretenimento. Nos papeis principais, Hugh Jackman e Christian Bale debatem-se na tentativa de se ultrapassarem um ao outro.

O enredo é brilhante - pelo menos para um espectador não familiarizado com o submundo da magia - como geralmente são os que derivam de um livro que tenha ou não sido transposto para o grande ecrã (excetuando os do Nicholas Sparks). As reviravoltas - já conhece o meu amor pelos twists - são muitas e surpreendentes. O modo como a história é contada, não obedecendo à habitual linha temporal, torna-a mais intrigante. E quem vê o filme pela segunda vez vai apanhando as migalhinhas que o realizador nos deixa para que a nossa atenção se foque no essencial. Na primeira visualização consegui prever alguns dos twists, mas as pistas muitas vezes passam-nos ao lado, como na magia onde podemos estar a olhar com atenção, mas nunca estamos a olhar com atenção.

"... you're looking for the secret... but you won't find it, because of course you're not really looking. You don't really want to know. You want to be fooled."

O próprio filme é um truque de magia com as suas três partes fundamentais, onde os aspirantes a mágicos ( "the pledge" ) depressa se tornam extraordinários ( "the turn" ) e tentam incessantemente encontrar o derradeiro e mais fantástico truque ( " the prestige" ) e consequentemente destruir o outro.

Quando o fui ver ao cinema, em 2006,  vi também nesse mesmo mês no cinema um outro filme sobre magia intitulado The Illusionist, desta vez com Edward Norton, e as comparações foram inevitáveis - saindo a ganhar The Prestige.

Agora que sei que é uma adaptação de um livro, tenho curiosidade em ler esta obra de Christopher Priest, até porque sei que se inicia de um modo diferente e que não se centra só nos finais do século XIX e nas vidas dos dois mágicos, mas vai muito para além das suas vidas.

 

 

...

P.S. Pasme-se,  leitor. É novamente um filme com Michael Caine. Mas eu não tenho a culpa do senhor ser brilhantemente versátil (prometo que o próximo não é um dos Batmans onde o senhor também contracena com Christian Bale).

Apetecia-me algo...


Caro leitor,


Tomei a liberdade de pensar que talvez se interessasse por uma peça de teatro amador. Num destes domingo, assisti a mais uma, desta vez "A Mansão Veit", do Grupo de Teatro da Associação Clube Jazz de Baltar (Paredes).
A comédia, cujo enredo lembra os whodunnits (ver carta anterior), tem como palco (no pun intended) a Mansão Veit. Nela desfilam as personagens que entram e saem de cena com a mesma rapidez com que surgem os momentos cómicos. Neste desfile de personagens, residentes habituais ou meramente temporárias da dita mansão, desfilam também suas reflexões, congeminações e artimanhas. Há até lugar para um Barão de Ferrero Rocher, imagine-se.

O que eu queria era algo bom e não me desiludi. É uma comédia leve e com temas recorrentes, mas levada a cena de modo profissional e com brio.
Não me deixo de espantar com a profissionalidade do grupo que faz transparecer que tudo foi fácil até chegar ali, à boca de cena. 

Da trama, destaco os erros que estão na base da comédia, com cheirinho a COMMEDY OF ERRORS de Shakespeare. Entre os papeis, destaco, sendo suspeita, o da minha amiga, Elisa - a personagem, não a minha amiga, que por acaso se chama Gabriela. Não é fácil fazer-se de totó e fazer rir em palco é muito mais difícil do que se pensa. Do cenário, gostei particularmente do quadro, muito bem conseguido.
O teatro amador está bom e recomenda-se.
Parabéns a todos os envolvidos pelo trabalho que mostraram, mais uma vez - pois já vi algumas peças do referido grupo - que quem corre por gosto não cansa.  Bravo!
A peça regressará brevemente aos palcos.


P.S. A propósito das referências a negrito, sabia que já lá vão mais de 20 anos desde o famoso anúncio do Ambrósio, apetecia-me algo.