Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Letters and words

Letters and words

Old school - 8

001-Gone-with-the-Wind-1939-Scarlett-and-Gerald-at

 

Caro leitor,

vai dizer que este filme não é assim tão desconhecido como os anteriores e que, por isso mesmo, constar desta série de cartas dedicada a filmes menos conhecidos não faz sentido. Vai dizer. Vai dizer que é, na verdade, um dos mais famosos filmes da história do cinema e indagar-se sobre a razão que me levou a inseri-lo. Vai. Mas, "frankly, my dear, I don't give a damn".

Aproveitando que está hoje em exibição da RTP Memória e tendo em conta que há ainda muita gente que não o terá visto e nem se lembraria de o ver, insiro-o aqui, sem receios do que possam dizer (muito ao estilo de Rhett Butler).

O filme " E Tudo o Vento Levou" ("Gone with the wind") é de 1939 e lembro-me de ficar acordada até tarde quando o vi pela primeira vez, não fosse o mesmo ter quase 4 horas (ufa!). Lembro-me de grande parte do filme - afinal já o vi várias vezes, mas há cenas que permanecem mais vivas na memória, como a cena do cortinado que se torna vestido, as cenas da escadaria (o beijo forçado e o acidente), a fantástica fotografia aquando da cena da árvore e, é claro, a cena para a qual a citação acima remete. A música também é memorável. Ah, e não esqueçamos os figurinos!

Do filme, para não em alongar na história, ressalto, e aqui não sou original, a fantástica interpretação de Vivien Leigh no papel da petulante "southern belle" Scarlet O'Hara. Adoro o sotaque!

Veja se puder.

gone_with_the_wind_ver1.jpg

 

 

Bailinho (e sempre a girar)

Caro Leitor,

dia 4,13 de junho

Vereda dos Balcões - finalmente. O dia estava solarengo e as chances de termos visibilidade total lá para os lados de Ribeiro Frio eram encorajadoras. No caminho para lá, a floresta laurissilva saudava-nos.

DSC06431.JPG

De volta ao café, onde reencontrámos o amável senhor desta vez ao sol (sentado do outro lado da estrada num murozito que abraçava a curva), para uma paragem curta.

DSC06434.JPG

Estacionámos ao virar da curva. Eram 9h30 e ainda se encontravam lugares para estacionar, mas já havia pessoas a regressar do percurso. O percurso de 1,5 km é muito fácil de ser feito, praticamente ele todo plano, tirando os últimos metros que são em declive - ideal para famílias.

DSC06438.JPG

Partimos. Embrenhámo-nos na floresta laurissilva enquanto seguimos o percurso e a levada, carregados com a ansiedade de chegar ao destino e comprovar ou não se valera a pena.

IMAG2022.jpg

Pelo caminho surgem surpresas: uma loja de produtos artesanais com uma esplanada fantástica que convidava a sentar e perder algum tempo por lá,

IMAG2027.jpg

uma "janela" que se abria para a paisagem,

IMAG2028.jpg

uma casa perdida no meio do nada

IMAG2030.jpg

e um banco que convidava à contemplação - eu sei que estou a olhar para o telemóvel na fotografia mas seria certamente para tirar um foto que fizesse jus à beleza e serenidade do local.

DSC06450.JPG

Logo a seguir um caminho que se esconde, mas que de certo não nos fará perder.

IMAG2034.jpg

Poucos metros depois a floresta adensa-se e começamos a descer até uma rocha enorme que esconde parte da beleza do que virá.

IMAG2038.jpg

 

Ao contornar a rocha, abre-se a vista no balcão, literalmente.

IMAG2051.jpg

 O balcão/pátio avarandado proporciona uma vista impressionante. Impressiona saber que depois de 1,5 km de floresta palmilhada se desemboca num sítio que parece secreto. Só ao contornar a rocha é que temos a verdadeira visão do que o miradouro oferece. Aqui encontrará um ponto ainda mais alto para poder observar o miradouro e tirar fotos da paisagem de um ponto mais elevado. Daqui poderá ter a sorte - se o tempo o permitir - de ver os Picos Ruivo e o Arieiro e a Penha D'Águia.

IMAG2040.jpg

 

IMAG2043.jpg

 No regresso, uma outra perspetiva. O mesmo percurso, mas sentido inverso. Regressámos sábios, mais conhecedores do que aqueles que se cruzam no nosso caminho mas em sentido oposto. Voam pelo ar diálogos breves inaudíveis captados apenas pelas trocas de olhares tímidas entre os caminhantes em sentidos opostos:

"- Então, ainda falta muito?"

"Não, já estão perto."

"- Vale a pena?"

"-Claro!"

Agora, surgem grupos aos magotes e as fotos tornam-se escassas tal é a raridade de só nelas capturar a natureza serena.

IMAG2036.jpg

IMAG2056.jpg

 

IMAG2037.jpg

IMAG2054.jpg

Terminado o percurso, dirigimo-nos novamente para Santana para ver as casinhas (e a sinalética!).

 

DSC06505.JPG

Não vimos as casinhas. Santana estava em festa e o trânsito estava condicionado, o que dificultava a busca. Mas vimos uma amostra do folclore da região e ainda encontramos uma casa típica de Santana, mas desta vez totalmente habitável.

 

DSC06509.JPG

DSC06547.JPG

Rumo ao pico mais alto da Madeira: Pico Ruivo.

Aqui encontrará um amplo parque de estacionamento e vistas de 360º sobre o que o nevoeiro deixar ver. Aqui, à semelhança do Pico do Arieiro, as formações montanhosas enchem-nos a vista com todo o seu esplendor...

IMAG2077.jpg

IMAG2080.jpg

e o nevoeiro não nos larga.

IMAG2085.jpg

Daqui poderá partir à aventura em direção ao Pico Ruivo num percurso de 2,8 km ou, se sentir muuuito aventureiro, seguir em direção ao Pico do Arieiro.

IMAG2081.jpg

IMAG2086.jpg

 Ambos os percursos devem ser fantásticos... Ainda fiz uns metros para ver se conseguia obter vistas diferentes para captar com a máquina fotográfica.

Por volta das 15h30 estávamos em Arco de São Jorge, um pitoresca freguesia de Santana.

DSC06563.JPG

 

IMAG2095.jpg

 Depois o percurso levou-nos pela velha estrada ER101. Já sabia de antemão que valeria a pena percorrer esta estrada, mas não fazia ideia dos perigos. Ainda bem que não era eu a conduzir. Tente, caro leitor, imaginar o seguinte cenário: estrada muito estreita com curvas e contra-curvas esculpida na falésia. Do lado direito, o mar, do lado esquerdo a escarpa rugosa. Se a estrada já é estreita, imagine agora dois carros seguindo em sentido contrário numa curva apertada. Não tenho foto do momento, mas podia, se quisesse e não fosse o senhor um turista reformado estrangeiro, apertar a mão do condutor do veículo que circulava em sentido contrário - e olhe, caro leitor, que tenho alguma dificuldade em esticar a mão para carregar nos botões dos parques de estacionamento cobertos, e para pagar nos postos de abastecimento...

Não tenho a foto do momento, mas tenho uma foto onde se vê a dita estrada, ainda que no sítio onde nos cruzámos com o turista estrangeiro - estrangeiro pois ainda comunicámos qualquer coisita tal era a proximidade entre os dois veículos - a estrada fosse ainda mais estreita.

DSC06575.JPG

DSC06581.JPG

 Se tiver curiosidade pesquise no universo cibernético a estrada ER101 e veja fotos fantásticas ou então aproveite este link que encontrei enquanto escrevia esta carta: ER 101. E sim, é uma estrada de dois sentidos...

Depois seguimos caminho por São Vicente até à Ribeira da Janela onde parámos pois nos pareceu interessante. Não sabíamos que iria estar um vento frio que nos afastaria dali rapidamente.

IMAG2131.jpg

IMAG2134.jpg

 No fim do dia, ainda houve um tempo para um banho de sol de fim de tarde e para molhar os pés.

Carregados de experiências, regressamos cansados ao hotel.

No dia seguinte ainda haveria tempo para uma visita rápida e uma despedida afetuosa a esta ilha maravilhosa.

Mas isso será para a próxima e última carta desta série dedicada à ilha da Madeira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bailinho (mais uma volta)

Caro Leitor,

Dia 3 (12 de julho) - talvez o dia mais fantástico

Para que se possa situar com mais facilidade, insiro aqui os mapas que me auxiliaram na planificação do percurso desta viagem - uma vez no local deixei-me guiar pelas placas da estrada ou pelo GPS, mas sempre com o percurso em mão.

Concelho-da-Ribeira-Brava-1[1].gif

map.jpg

1- Funchal  2 - Monte  3 - Câmara de Lobos  4 - Cabo Girão  5 - Ribeira Brava   6 - Ponta do Sol  7 - Calheta   8 - Jardim do Mar   9 - Prazeres  10 - Paúl do Mar  11 - Fajã da Ovelha  12 - Ponta do Pargo  13 - Porto Moniz  14 - São Vicente  15 - Encumeada  16 - Curral das Freiras  17 - Pico do Arieiro  18 - Pico Ruivo   19 - Ribeiro Frio   20 - Santana   21 - Porto da Cruz
22 - Santo da Serra  23 - Camacha  24 - Aeroporto  25 - Machico  26 - Caniçal  27 - São Lourenço

 

mapamadeira.jpg

Se no segundo dia fizemos a costa sudoeste e noroeste da ilha da Madeira (Câmara de Lobos, Cabo Girão, desvio até ao Miradouro da Eira do Serrado para descer novamente até a costa, até à praia da Ribeira Brava, e daí  continuar à beira-mar passando pela Calheta, Jardim do Mar e Paúl do Mar e finalmente Porto Moniz), o plano deste terceiro dia era descobrir o lado este da ilha, dando particular atenção à costa sudeste e a costa nordeste.

A Ponta de São Lourenço era um ponto fundamental. A baía do Machico fica a caminho e parámos para dar uma vista de olhos à praia da Banda d'Além, uma das poucas com areia amarela. Foi, aliás, no concelho do Machico que desembarcaram pela primeira vez os descobridores da Madeira, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, entre 1418 e 1420.

IMAG1816.jpg

Pelo caminho, o turista vê-se obrigado a jogar um jogo de peek-a-boo com a Ponta de São Lourenço, que timida e intermitentemente se mostra e se esconde. Seguimos pela ER109 onde, já perto da Ponta e depois de passar por uma das mais belas praias da ilha (que passará despercebida ao turista mais desatento), encontrámos uma rotunda com indicação para a Ponta de São Lourenço, na primeira saída à direita,  e para o miradouro, segunda saída. Decidimos, depois de algum tempo dedicado àquela área que mais parecia um deserto com um pequeno oásis - repare na pequena zona verde na foto - 

IMAG1830.jpg

ir primeiro à Ponta de São Lourenço. Mesmo antes de se maravilhar com a paisagem desta ponta mais a leste da Madeira, encontrará um lindíssimo complexo turístico que mais parece saído da imaginação de Walt Disney. Trata-se da Quinta do Lorde, complexo que desconhecíamos e que, como o próprio nome indica, tem tanto de exclusividade como de deslumbramento. Pesquise, caro leitor e acredite que vai ficar deslumbrado.

IMAG1839.jpg

E eis que de repente, nos deparamos com esta paisagem. Esta é uma das fotos mais belas que tirei. Vê-se a natureza agreste da ponta e parece que estou num lugar mais remoto, longe do meu país.

 

IMAG1845.jpg

Uma subida leva-nos até um largo, ponto a partir do qual os carros não têm mais acesso, e é aqui que pode fazer a Vereda da Ponta de São Lourenço, que me parece fantástica. Uma ótima opção de vereda caso goste de caminhada, desafios e  paisagens que lhe tirem o fôlego, literalmente. Tem 4km mas, como não é circular, esses 4km resultam na prática em 8km. Na procura de informação sobre as diferentes veredas há vários sites especializados no assunto, como por exemplo o Walk me, um excelente site para quem está a pensar fazer algumas veredas. Também existe uma aplicação para os smartphones.

Apesar de esta vereda estar na lista de veredas a fazer um dia na ilha, não foi desta que a fiz.

IMAG1853.jpg

Se estiver com fome, saiba que aqui, encontrará roulottes com snacks. Voltamos pela mesma estrada até rotunda para desta vez seguir em direção ao miradouro.

A paisagem é indescritível. As fotos não lhe fazem justiça, apesar de estarem bonitas, if I may say so myself!

IMAG1855.jpg

 

IMAG1878.jpg

Encontrará aqui pelo menos uma roulotte, com café e tudo, e existem neste miradouro mesas e bancos. Depois de um almoço ou de um lanche almoçarado (previamente preparado por nós) com esta paisagem como pano de fundo, voltámos à rotunda, para desta vez dar atenção merecida a mais um local imperdível. É nesta parte da ilha que encontrará a única praia de areia natural da ilha - areia vulcânica. Uma praia lindíssima, situada entre penhascos, escondida numa das partes mais áridas da ilha, como iria descobrir no dia seguinte. Neste dia, apenas tirei fotos de cá de cima.

IMAG1895.jpg

Seguimos para a freguesia de Porto da Cruz, sítio onde não me importava de morar. Já lá chegámos por volta da 1 hora e sinceramente não me apetecia sair de lá - nota-se, não se nota?

DSC06326.jpg

 

Tem uma vista lindíssima e o mar tem uma cor fantástica. Não fazia um sol esplendoroso, o que, na minha opinião, contribuía para o charme do lugar.  A combinação do verde da vegetação, com o branco da espuma, com o verde-azulado do mar e com o negro da rocha é perfeita. Para além daquele lugar nos fazer crer que somos uns fotógrafos fantásticos e com um olhar apurado

IMAG1919.jpg  

 

- ou talvez não (já estão a ver porque tiro muitas fotos eu própria e porque algumas delas, posso confessar, são selfies) -

 

IMAG1933_BURST007.jpg

tornando-se um paraíso para um fotógrafo é também um paraíso para um geólogo ou para um professor de geologia ( se alguém tiver necessidade de mostrar esta minha carta a ALGUÉM nesta área, para quiçá incuti-lhe algum entusiasmo pela viagem à ilha, faça o favor).

É um sítio fantástico, IMPERDÍVEL, muito sossegado, com uma promenade que lhe permite ver toda esta paisagem inacreditável e com uma Casa do Rum que pode visitar se tiver tempo. Amei este lugar! É o meu preferido de toda a ilha, dentro de todos aqueles onde podia viver, porque há outros, como irá ver/ler que são os meus preferidos mas onde não podia viver, porque não vive lá ninguém.

Rumo a Santana, (já não sei se era destino ou se apenas lugar de passagem neste dia, mas penso que era apenas lugar de passagem) onde vimos algumas casinhas típicas desta região e que acabaram por se transformar nas casinhas típicas da Madeira. As casinhas que vimos não eram aquelas que se vê na televisão e que são lojas de produtos locais. Aqui também ninguém vive, mas também não é o local de trabalho de ninguém.

IMAG1953.jpgIMAG1951.jpg

 

DSC06341.jpg

 Eram 15.30 quando por aqui passamos e como ainda tínhamos muito para ver, decidimos continuar viagem e voltar aqui no dia seguinte (seria necessário mais do que um dia para aquela área). O destino era Ribeiro Frio para fazer a nossa primeira vereda: a Vereda dos Balcões. Pelo caminho, ainda demos uma boleia a um casal de mochileiros belgas. A estrada que nos leva dali a Ribeiro Frio é pitoresca mas perigosa. Descidas íngremes, curvas apertadas e vistas deslumbrantes. Ainda consegui tirar esta foto de Porto da Cruz e da Penha D'Águia, o morro que se vê lá ao fundo e que serviu de pano de fundo para as belíssimas fotos tiradas em Porto da Cruz.

DSC06350.jpg

Estacionámos em Ribeiro Frio, junto ao café/restaurante Faísca e perto da paragem de camionetas. Os mochileiros seguiram o seu rumo, procurando um autocarro que os levasse já não sei para onde. Nós, por outro lado, parecia que afinal não iríamos a lado nenhum. Fomos informados que, devido ao tempo meteorológico (céu encoberto e algum nevoeiro) não iríamos aproveitar plenamente o percurso e a vista da vereda. Quem nos informou foi um senhor, com idade para ser meu avô, que se encontrava sentado junto ao café, alegremente informando os turistas disto e daquilo. Quando vier fazer esta vereda, não se esqueça de passar por este café. Pode ser que tenha a sorte de encontrar este tão amável e prestável senhor.  E com isto se comprovam as vantagens de conversar com os locais. Felizmente, o conhecimento que o senhor em questão sabia da zona que habitava salvou-nos. Se não o tivéssemos encontrado, teríamos feito a vereda e teríamos ficado dececionados. E se alguém nos tivesse dito apenas para não a fazer devido ao tempo, teríamos voltado ao hotel. Os conselhos não se esgotaram ali. Deu-nos mais um: apesar do intenso nevoeiro que se instalava na zona baixa de Ribeiro Frio, devíamos subir até ao Pico do Arieiro. Lá de certeza encontraríamos bom tempo.

Depois de uma curta visita a um viveiro de trutas, recomendado pelo senhor, mesmo ao virar da curva, lá fomos nós pouco convencidos de que uma vez lá em cima o tempo estaria melhor. É que o nevoeiro adensara-se e apesar de conferir um misticismo à paisagem e à vegetação, que também se adensara, deixava-nos mais céticos em relação ao Pico do Arieiro.

Mas eis que, de repente, a vegetação torna-se mais baixa e mais escassa e as nuvens deixam-nos para dar lugar a um céu azul, completamente aberto, e a um sol de verão. Estava efetivamente muito quente.

DSC06376.jpg

 O branco que mais parece neve ou uma embalagem de algodão-em-rama é mesmo o nevoeiro intenso que cobria aquela região da Madeira. Sob o nevoeiro escondia-se Ribeiro Frio. Foi de lá de baixo que viemos. E era para lá que teríamos que voltar.

IMAG1975.jpg

 O Pico do Arieiro com 1818 metros de altitude é o terceiro pico mais alto da ilha, depois do Pico Ruivo (1861 m) e do Pico das Torres (1851 m). Completamente acessível através de automóvel, no seu cimo encontra-se uma pousada, um café e uma loja de venda de souvenirs, assim como um miradouro.

 

IMAG1971.jpg

 

IMAG1976.jpg

 Não é lindo este local?

Ora aqui está mais um dos meus locais preferidos de toda a ilha. Pena não haver por lá umas casinhas... clique aqui

 

 

IMAG1980.jpg

Também aqui se pode fazer caminho pedestre que comunica com o Pico Ruivo.

DSC06399.jpg

O percurso de 7km demora três horas e meia e atravessa vários túneis escavados nas montanhas. É fantástico. Não o fiz mas fartei-me de ver vídeos. Coincidência ou não, quando estava no início da recolha da informação para a minha viagem vi um documentário sobre este percurso feito por portugueses que me deixou curiosa. Não encontrando esse documentário no youtube deixo aqui um vídeo que penso poder mostrar a beleza do percurso. É claro que a segurança do visitante deve estar em primeiro lugar e deve, enquanto turista consciente, certificar-se que está apto a fazer o percurso sem descuidar a sua segurança. Poderá sempre fazer este e outro tipo de percursos acompanhado por profissionais: Pico do Areeiro - Pico Ruivo.

A "escadaria" que surge desde a bola branca é o início do percurso.

 

IMAG1988.jpg

 Saímos do topo, já perto das 19h, sentindo-nos no topo do mundo...

 

 

 

 

 

 

Bailinho (cont.)

Caro Leitor,

Dia 2 (11 de julho)

Como o nosso hotel ficava mesmo pertinho do Cristo Rei da Ponta do Garajau decidimos começar o dia bem cedinho por esse ponto turístico. (Da minha varanda conseguia vê-lo lá em baixo. Esta era a vista que tinha da minha varanda. Not bad, eh?)

IMAG2174.jpg

 A Ponta do Garajau é um promontório da freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz, no sul da ilha, com uma excelente vista para o Funchal, para a costa recortada, para o mar infinito, para a aventura.

Curiosidade: Conhecida pelos britânicos por Brazen Head, a Ponta do Garajau serviu até à década de 1770 para o lançamento ao mar dos restos mortais dos residentes estrangeiros que não eram católicos romanos e que faleciam na ilha. Em vez de Off with their heads, ao género da Rainha de Copas, era mesmo Off with their bodies. Tudo devido à falta de um cemitérios que os alojasse.

Estávamosa uma distância de 1km até ao Cristo Rei e quando chegamos ao local só encontramos os funcionários da câmara que limpavam o sítio. Este local tem um parque de estacionamento e uma red-brick road em direção ao Castelo de Oz, perdão, em direção ao Cristo Rei. O caminho desemboca num largo com o Cristo Rei de costas para os que chegam, mas de braços abertos para o mar.

IMAG1679.jpg

Apesar da vista de lá ser muito bonita, àquela hora, 9 horas, o sol ainda não brilhava intensamente e o céu apresentava-se um pouco nublado. Como tal, as fotos não ficaram tão deslumbrantes como poderiam. Aliás aqui, como nos Açores, se não for um fotógrafo experiente, daqueles com uma câmara XPTO e uma lente X, o tempo pode fazer verdadeiramente a diferença entre uma foto "nhãn" e uma foto paradisíaca (prometo mostrar algumas). Vá de tarde para aproveitar a paisagem em toda a sua plenitude ou espere pelo sol e céu aberto.

Atreva-se a descer - e depois subir- todos os degraus (183, segundo a www) e aventure-se como Robinson Crusoe e descubra cavernas.

IMAG1678.jpg

 Adorei descer até à pontinha e adorei subir! Imperdível!

DSC05970.jpg

DSC05955.jpg

 No parque de estacionamento, poderá ver um teleférico que o leva até à praia do Garajau lá em baixo, situada numa fajã - prepara-se para esta terminologia especifica - mas também há uma estrada e estacionamento lá em baixo para os carros.

DSC05947.jpg

Partimos depois para Câmara dos Lobos e chegamos um pouco antes das das 11 horas ao Cabo Girão, o mais alto promontório da Europa e o segundo visitmadeira.pt e o segundo mais alto do mundo (580 m). Trata-se de um belíssimo miradouro com vidro, no entanto, na altura em que lá chegamos estava tanto nevoeiro que a quantidade de fotos foi maior do que a qualidade. Podia fazer aqui uma graçola a propósito do nevoeiro, mas vou deixar para o momento a seguir.

DSC05979.jpg

No entanto, aqui fica uma foto profissional que exemplifica a beleza do lugar e a razão por que não pode deixar de visitar este miradouro, de preferência à tarde ou num dia soalheiro.

cabo-girao-3.jpg

 Aqui terá oportunidade para encontrar souvenirs, caso queira, pois há na entrada uma loja suficientemente grande para encontrar  tudo o que não necessita.

Seguimos para o Miradouro do Curral das Freiras na Eira do Serrado. Bem, se tínhamos apanhado nevoeiro há uns minutos atrás, não sei o que apanhamos aqui. A estrada apertada e sinuosa que nos conduz até ao cimo estava embrenhada num nevoeiro tal, que julgo ter visto El-Rei D. Sebastião - isso, ou a voz do José Cid. Não tenho fotos dos momentos de terror que passamos nesta estrada, seja a tentar descobrir se vinha algum carro em sentido contrário, seja a tentar descobrir a própria da estrada, mas sobrevivemos. Aqui ficam algumas fotos do café e das lojinhas perto do parque de estacionamento e de parte do percurso até ao miradouro.

DSC06014.jpg

DSC06022.jpg

 Dá para perceber o nevoeiro?

O miradouro fica a 1053 metros de altitude e oferece vista para Curral das Freiras. Tem bancos para descansar e aproveitar a vista e muitas lagartixas-da-madeira.

IMAG1723.jpg

IMAG1714.jpg

 

IMAG1720.jpg

Aqui há uma levada que poderá fazer: Levada do Curral e Castelejo.

Depois de um almoço breve seguimos até à Ribeira Brava, até à praia. No percurso até à praia encontrará plantações de banana à beira da estrada onde poderá, facilmente, fazer selfies com tão famosa criatura.

IMAG1732.jpg

O plano em seguida era ir até a Fajã dos Padres para, talvez, descer no elevador até à praia e depois dos 4 minutos de viagem, 250 metros de descida e 7,5 euros desembolsados aproveitar a beleza da praia, das cottages e do cenário. Acabamos por aproveitar só a vista cá de cima.

IMAG1739.jpg

IMAG1740.jpg

Paragem seguinte: Calheta. Aqui não perdemos muito tempo. Vimos a praia artificial da Calheta, de areia amarela (algo raro na ilha) e a promenade. A água não inspirava a nadar, talvez por se tratar de água que está ali um pouco estagnada por causa dos dois quebra-mares  (dois braços que separam a "praia" do mar). 

IMAG1756.jpg

O destino seguinte soa a paradisíaco: Paul do Mar e Jardim do Mar. De fato, o sítio é bonito, mas muito mais bonito visto de cima. O pacato vilarejo é simpático e ideal para a reflexão. Não vimos turistas por aqui, apenas encontramos os simpáticos locais. Apesar das veredas (caminhos) até ao mar serem pitorescos  com os seus nomes como a Vereda da Fonte, Vereda da Laura e a Vereda da Quinta, não vi lá nada que fosse imperdível. A promenade não inspirava ao passeio, pelo menos o início da mesma. Destaco então a vista de cá de cima, que vale bem a pena, bem como a subida até lá.

 

IMAG1777.jpg

Depois prosseguimos para o miradouro das Achadas da Cruz onde a vista era de suster a respiração por várias razões. Tem um miradouro simpático que oferece vista abrangente e com banquinhos para a contemplação. Tínhamos planeado descer no teleférico das Achadas da Cruz, que liga a freguesia ao mar, e deliciarmo-nos com as vistas magníficas sobre o manto verde do Porto Moniz e das costas sobranceiras ao oceano Atlântico. No entanto, quando lá chegamos já estava fechado. Aqui se inicia a Vereda do Calhau.

DSC06152.jpg

Seguimos para Porto Moniz, sítio imperdível para quem ver conhecer a Madeira. Imperdível o caminho desde o último spot turístico até à placa de Porto Moniz, pois só assim conseguirá captar Porto Moniz em todo o seu esplendor. É de facto muito pitoresco e o verde e o azul são deslumbrantes.

 

IMAG1789.jpg

IMAG1794.jpg

DSC06168.jpg

DSC06171.jpgDSC06170.jpg 

Já passava das 19h quando deixamos Porto Moniz e no nosso percurso de volta para o hotel passamos por Ribeira da Janela e vimos o ilhéu. Aqui verificará a costa recortada e se for devagar e com atenção poderá ver uma queda de água à direita depois da saída de um túnel. Tem é que olhar para trás ou parar para a observar melhor.

P.S. Há surpresas à espreita no final de muitos dos túneis que vai encontrar. Como estes abundam pela ilha para facilitar o acesso às povoações é difícil dizer quais são os que têm uma surpresa no fim, como o Ovo Kinder. Lembro-me de um túnel que terminava para depois de 10 metros dar lugar a outro e nesse espaço entre um túnel e o outro vislumbrava-se uma queda de água - vislumbrava-se pois não se podia parar para olhar com atenção e quando dávamos conta já estávamos a entrar no outro túnel.