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Letters and words

Letters and words

Old school - 10

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Caro Leitor,

o tempo é escasso e a vida foge-nos...

Isto podia ser o início de uma longa carta de reflexão sobre a vida e a nulidade de algumas... Mas não desista de ler já. Não é uma dessas cartas. É só uma desculpa para a minha ausência e para a quase falta de pontualidade para escrever este post mensal - sim, eu disse mensal, que isto de escrever diariamente num blogue que não paga não é para toda a gente. 

O filme que trago este mês é um filme do meu imaginário infanto-juvenil. Não posso atestar a sua qualidade - quando o vi era uma miúda inocente que adorava descobrir mundos secretos e de mansões do countryside inglês - e ainda não tive oportunidade de o rever.

The Secret Garden de 1993 é um filme que combina a magia da descoberta de um mundo só nosso com a descoberta dos valores basilares como a amizade, o amor. O filme é baseado no livro do início do século XX de Frances Hodgson Burnett com o mesmo nome.

Mary Lennox, educada na Índia, regressa a Inglaterra depois de ter ficado órfã para viver com um tio pouco afável que nunca conhecera- onde é que eu já vi algo parecido? Negligenciada pelos pais, Mary não é uma criança doce e feliz e a sua nova situação (as regras da sua nova casa, o confinamento ao seu próprio quarto e o facto de o tio estar grande parte do tempo fora - onde é que eu já vi isto?)  não parece que irá mudar o seu comportamento.

Deixada sozinha grande parte do tempo, Mary encontra na casa e nas imediações espaços suficientes para partir à aventura. Nas suas aventuras, trava amizade com um rapaz do campo, Dickon, totalmente diferente dela mas que mesmo assim a aceita - muito familiar esta parte -,  descobre um jardim secreto e tenta com a ajuda de Dickon fazê-lo renascer. Descobertos os segredos das imediações, falta descobri o segredo da mansão. A curiosa Mary rapidamente descobre o que se esconde na mansão: um primo, Colin, filho do seu tio Lord Archibald Craven que desde cedo fora tratado como um inválido e que, confinado ao seu quarto e à sua cama, se tornara temperamental, egoísta e rude. Com a ajuda dos dois amigos, Colin consegue entrar no jardim secreto e recuperar a sua saúde - mesmo muito familiar esta parte.

O história termina com a regeneração de todos, da família e dos laços que unem todos os envolvidos. Tudo acaba bem, ou não fosse isto uma história para crianças.

As imagens idílicas tanto do countryside inglês como do jardim ainda hoje habitam em mim, principalmente o jardim, com a sua entrada secreta e o baloiço. O jardim já inspirou a minha escrita e a música que faz parte da banda sonora também libertou a minha imaginação no passado. A minha preferida da altura é a interpretada por Linda Ronstadt,  Winter Light. O tom melodioso da canção transporta-nos para a magia da infância, da descoberta e da aventura.

Este filme conta ainda com a participação da talentosíssima Maggie Smith.

Apraz-me pensar que este filme ainda pode ser um favorito das nossas crianças.

 

 

Fizeram a Festa sem mim

Caro Leitor,

eu ainda sou do tempo - pronto lá vem mais um texto do saudosismo, de lágrima ao canto do olho, um texto que confirma a superioridade de uma geração em relação à posterior - da Festa do Livro no Porto!

Sim, a Festa do Livro que se realizava anualmente no mercado Ferreira Borges, nos meus tempos de faculdade e nos inícios de minha escravidão laboral, perdão, trabalho independente!

Sou do tempo em que a Festa do Livro fervilhava com livros esquecidos a preços low-cost, quando ainda não nem sequer se falava de tal estrangeirismo.

Sou do tempo em que a Festa do Livro era romaria e em peregrinação lá nos deslocávamos para adorar o santo livro.

Sou do tempo em que, uma vez na Festa do Livro, o problema não era o que trazer, mas sim o que não trazer, dada a quantidade de preciosidades. 

Sou também do tempo em que a Festa do Livro desapareceu, pelo menos dos radares de alguns peregrinos habituados à santa romaria.

Hoje, passando os olhos pelos destaques - na expetativa de ver textos meus lá (not really, pois já não escrevo há bué!) - deparo-me com um destaque da Fluffyland. Não foi o nome que me chamou à atenção, se bem que...., adiante, foi mesmo o título do post "Outlet do livro no Pavilhão Rosa Mota". E, quando abro o post, vejo que este Outlet do livro em tudo se assemelha à minha saudosa Festa do livro e que o Outlet acaba AMANHÃ!!!!

Culpo a autora da Fluffyland por não me ter avisado antecipadamente! 

P.S. Não conheço a autora nem sigo o seu blogue, mas culpo-a na mesma.