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Letters and words

Letters and words

Old school - 12

 

 

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Caro Leitor,

depois de muitas dúvidas e hesitações a propósito do filme que marcaria o fim deste ciclo de oldies, deixei que a decisão viesse de um sinal. E o sinal veio na semana passada quando, no meio de um normal zapping de fim de noite, tropeço no filme Awakenings (Despertares) com o talentoso e já falecido Robin Williams.  O filme de 1990 não é de todo o mais emblemático do ator e talvez não seja o meu preferido dele, mas colocar aqui o Good Morning Vietnam ou Good Will Hunting seria obviamente uma escolha despropositada.

O filme conta a história verdadeira de um médico na sua demanda para ajudar os seus pacientes catatónicos. Os doentes do Dr. Malcolm Sayer, interpretado por Robin Williams, despertam do estado catatónico em que se encontram com a ajuda de uma nova droga. Leonard, interpretado pelo brilhante Robert De Niro, é a primeira cobaia e os resultados são, numa primeira fase, inacreditáveis. Os doentes começam a despertar para a vida e voltam a ser quem eram, quem deveriam ser se a oportunidade não lhes tivesse sido roubada. 

Ainda que o despertar seja temporário nestes pacientes, esta experiência resulta num despertar de todos aqueles que lidavam com eles: os enfermeiros e auxiliares tomam consciência de que o tratamento que davam aos pacientes não os respeitava na sua totalidade e até o próprio médico desperta para a importância de sair da sua tímida concha para viver verdadeiramente, enfrentando os seus receios.

Todas as personagens despertam, de uma maneira ou de outra para a vida. E quem vê o filme tem também a oportunidade de o fazer, se assim o desejar. E quase como se o filme fosse uma chamada de atenção, como se colocasse a todos nós a seguinte pergunta: se a oportunidade de viver plenamente a vida não te foi roubada, então por que razão ainda não a agarraste? Tema permanentemente atual (e pessoal). Aqui fica um um excerto do filme, para aguçar a curiosidade: the joy of life.

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P.S. Agarre as oportunidades que a vida lhe lança. Se a vida não as lança na sua direção, não se esqueça que as oportunidades também se criam. Comande o seu próprio destino.

 

 

 

The baby clock

Caro Leitor,

 

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Mais uma vez reporto a minha experiência de um filme de animação. The Boss Baby foi uma surpresa, só não sei bem que tipo de surpresa foi.

Não é um filme cheio de gargalhadas - aliás durante os primeiros 40 minutos do filme achei que as crianças da sala tinham fita adesiva colada sobre a boca. E, parafraseando o meu afilhado, a segunda parte foi bem mais interessante.

Não é o filme que se espera após a visualização do trailer. Cheguei à sala de cinema à espera de um boss de uma qualquer companhia que se teria transformado, vá lá saber-se por que razão,  num bebé e afinal o enredo está longe disso.

No entanto, tem rasgos de inteligência. O tema do filho único que de repente se vê com um irmãozinho e deixa de ser o centro de atenções dos seus pais está criativamente bem desenvolvido. A criatividade apurada do miúdo, perfeitamente justificada dada a fase da vida do mesmo, é também instrumento que justifica o comportamento Fast and Furious dos irmãos - se vir o filme perceberá.

Surgem umas piadas para os adultos que acompanham os miúdos, mas confesso que nenhuma me ocorre no momento da escrita desta carta. No entanto, adorei a breve referência à Bela e o Monstro (fácil de perceber para os adultos e para as crianças)- veja lá se a descobre.

Não me parece ser um filme super interessante para as crianças, que não percebem ainda as rivalidades ou os ciúmes da chegada de um novo membro da família. As vivências retratadas eram mais reconhecíveis para os pais (o acordar a meio da noite, a reviravolta na gestão do tempo e na gestão dos carinhos ao filho mais velho, a subordinação ao bebé que controla os  passos e gestos dos pais, que embebecidos pela carinha angélica se deixam levar...), mas não é um filme para os pais.

Moral da história: mesmo que os ciúmes surjam no momento em que o novo membro da família chega ao lar, o amor prevalecerá. Mesmo que este filme não tenha sido particularmente especial, o amor (pela animação) prevalecerá. Outros visionamentos se seguirão, por certo.

P.S. A versão original deve ser mais divertida. O Alec Baldwin está HUUUGE este ano! :)