Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Letters and words

Letters and words

Valongo - cidade a contemplar (parte 2)

Caro Leitor,

O segundo percurso escolhido foi um de dificuldade média a elevada.

Na verdade, o percurso de 14 km escolhido inclui vários trilhos. Não é totalmente circular, porque voltar ao ponto de partida implicaria subir no final dos 14 km novamente até à serra de Santa Justa, o que pode ser, para alguns, impraticável. Deverá para isso fazer opções: segmentar este percurso, omitir alguns segmentos, ter carros em pontos distintos, ou pelo menos não deixar o carro no topo da serra. Como referi, a dificuldade é média a elevada (ou média alta 😉), mas para quem não queira ou não consiga fazer este percurso é possível ver alguns dos destaques, fazendo para isso apenas algumas caminhadas de 500 metros. Por isso é perfeitamente possível fazer parte do mesmo com crianças.

Para fazer este percurso na sua totalidade, 14 km em serra, deverá despender 4 horas. As 4 horas permitir-lhe-ão fazer o percurso com calma, parar para descansar se for caso disso ou simplesmente para as inúmeras fotografias que tirará. Aconselha-se bom calçado, pois o percurso tem terreno irregular, escorregadio e por vezes com lama, protetor solar e muita água.

Inicia-se o percurso na Serra de Santa Justa, junto à igreja homónima, mas na subida até à igreja poderá ver ainda um baloiço sobre a cidade situada no vale longo. À data da primeira incursão por este local o baloiço ainda não estava construído.

IMG_20210501_142359.jpg

O trilho está na retaguarda da igreja e para quem tem pouca molibidade é possível estacionar aqui o carro (a área possui dois estacionamentos - um junto à igreja e outro um pouco mais abaixo, com vistas sobre o rio Douro, um café e um pequeníssimo parque infantil) e fazer um perqueno percurso de 200 metros até ao trono romano com vistas soberbas para o rio, mar, Porto e Vila Nova de Gaia. Depois pode regressar novamente ao carro e deslocar-se no mesmo até a aldeia de Couce ou até a ponte suspensa, lugares por onde vos levo hoje.

O trilho que deverá seguir a pé é o número 2 que o leva até a aldeia de Couce. Na primeira parte do percurso estará sempre no cimo da serra, com vistas alargadas sobre as serras e as povoações, e será aqui que encontrará a descida mais difícil e os sítios mais descampados. Tenha cuidado nessa descida e esteja sempre atento às BTTs, motos, e outros veículos que por ali passam. 

O trono está a poucos metros da igreja (opte pelo caminho à esquerda da igreja pois é relativamente mais curto) e oferece vistas até ao mar se perder de vista.

IMG_20210522_155303.jpg

Depois deste local, deve continuar pelo trilho, ora subindo até à torre, ora descendo.

IMG_20210501_145223.jpg

IMG_20210501_145238.jpg

Grande parte do percurso até ao baloiço é neste tipo de terreno árido.

IMG_20210501_145915.jpg

Caminho com pouca sombra mas que compensa pelas vistas. 

Antes de encontrar o baloiço ainda passará por esta descida.

IMG_20210501_145552.jpg

Parece fácil e será, desde que a faça com cuidado e com calma. 

IMG_20210501_145637.jpg

Do trono até ao baloiço serão 20 minutos a pé, sem passo apressado.

IMG_20210522_162308.jpg

O baloiço não é para todos - está um pouco alto e mesmo na beira do precipício, chamemo-lhe assim. Por isso, decida se vale a pena baloiçar aqui ou só tirar a foto da praxe.

Cerca de 100 metros depois encontrará a casinha do padeiro. Casa pitoresca e muito propícia a fotos.

IMG_20210501_151721.jpg

Descanse aqui um pouco, na sombra que o local oferece e vislumbre, lá em baixo, o vale verdejante junto ao Rio Ferreira, onde se esconde a típica aldeia de Couce.

Continue sempre pelo percurso 2. Irá surgir uma altura em que deve virar à esquerda e descer até Couce. 10 minutos separam-no da frescura da aldeia.

Desça aproveitando as vistas. Na zona frondosa, poderá optar por virar à esquerda e percorrer a aldeia de Couce ou seguir pela direita e atravessar a ponte.

Aqui é outro dos sítios onde pode trazer o carro. Daqui pode, como já referido, visitar a aldeia, dar um pequeno passeio junto ao rio ou começar aqui o percurso pela margem esquerda do rio.

IMG_20210501_155811.jpg

Passe a pequena ponte e vire à esquerda. Encontrará esta sinalética.

IMG_20210501_155953.jpg

 

Siga o trilho. Esta zona não só é mais fresca e com mais sombra, mas também com pouca elevação.

Deste lado da margem reina a calma só interrompida pelo rio que por vezes corre apressado.

IMG_20210522_171620.jpg

IMG_20210522_171642.jpg

IMG_20210522_181234.jpg

IMG_20210522_182233.jpg

Aqui, dependo do tempo, poderá encontrar alguma lama, principalmente quando se entra na floresta.

IMG_20210501_165122.jpg

O percurso tem algumas indicações. Não pense que se perdeu.

IMG_20210522_172304.jpg

Pouco depois desta indicação irá encontrar uma bifurcação e deve tomar o trilho da esquerda, para ir mais junto ao rio.

Depois é só continuar a seguir as indicações. Esteja atento, pois muitas delas estão nas rochas.

IMG_20210522_171934.jpg

Já perto da ponte suspensa o percurso torna-se novamente mais difícil e não recomendado a pessoas com algumas limitações de mobilidade. Há que subir pedras, subir e descer terreno florestal com bastante inclinação. Mas as vistas são deslumbrantes. Se quiser desistir, vá pelo menos até aqui.

IMG_20210501_165230.jpg

Suba a pequena ponte e bem perto daí encontrará uma espécie de varanda natural. Com lugar para se sentar, aproveite para contemplar tudo o que o rodeia e tudo o que já fez nesse dia.

IMG_20210501_165447.jpg

Ganhe energias para retomar o percurso ou volte para trás se tiver que ser. Mas a ponte suspensa está a menos de 1 km.

Antes de passar a ponte, mesmo no sítio onde teria que descer para a aceder, continue um pouco mais em frente e quando encontrar um caminho à direita suba por aí e caminhe até encontrar a elusiva entrada para a pseudo lagoa azul. Elusiva porque nos parece fugir pois nem todos a encontram à primeira, e até à data do meu passeio não havia ainda indicação para a aceder. Pseudo porque não é mais do que um poço com água azul. Não a procure com a esperança de ver a Booke Shields, a designação lagoa azul é puro marketing.

IMG_20210529_181830.jpg

IMG_20210529_181735.jpg

IMG_20210529_181740.jpg

Não deixa de ser um rico achado, especialmente num dia de grande calor, pois aqui o sol não ousa entrar e a frescura é convidativa, que nem uma armadilha. Cuidado, o piso é desnivelado e contem por vezes água. Apoie-se na lanterna do telemóvel se estiver demasiado escuro.

A gruta não é mais do que um fojo e a sua água azul à semelhança da lagoa azul das minas de Queiriga, em Vila Nova de Paiva, é mais azul quando a luz solar consegue entrar.

O trilho continua mas eu optei por descer até à ponte. Venha pelo mesmo caminho por onde subiu e encontre o trilho principal e se não vir a ponte, de certeza que ouvirá os gritos efusivos dos jovens que aí passam as tardes, atirando-se da ponte para o pouco profundo rio na pequenina praia fluvial.

IMG_20210425_153550.jpg

Logo a seguir à ponte, faça um pequeno desvio de 100 metros, virando à esuqerda, até à rocha de escalada para ver a força do rio nas pequenas cascatas.

IMG_20210522_182807.jpg

 

IMG_20210522_182625.jpg

Retome o mesmo caminho e siga com o rio à sua direita até a rua da Azenha. Aqui poderá também estacionar o carro - existe um parque de estacionamento bastante grande, mas pode arriscar e conduzir até a casa com o jardim pitoresco, se não quiser andar tanto a pé.

IMG_20210425_152431.jpg

Aqui poderá terminar o seu trilho ou continuar mais alguns km e fazer o corredor ecológico.

IMG_20210425_150941.jpg

Na foto, tirada do parque de estacionamento, verá o corredor ecológico no sopé da serra, um passadiço em madeira. Não deixe de procurar pelos animais que por vezes andam à solta aqui na Rua da Azenha.

IMG_20210425_170215.jpg

Dependendo da época encontrará uma flora simples e singela, mas abundante.

IMG_20210425_160150.jpg

O percurso agora será feito ora  em piso de madeira ora em solo florestal. 

IMG_20210501_173805.jpg

Pelo camiho encontrará pontes suspensas e pontes normais....

IMG_20210501_174036.jpg

IMG_20210501_174224.jpg

Terrenos agrícolas e animais...

IMG_20210501_174432.jpg

IMG_20210501_174815.jpg

O corredor ecológico leva-o até ao parque da cidade de Valongo (na verdade termina no parque radical, mas esse troço não é relevante para este percurso que fiz). Se deixou aí um carro, o seu percurso acaba aqui. Se o deixou junto à igreja de Santa Justa, ou perto da mesma, no início do percurso, terá de fazer uns 3 km a pé, subindo até à serra. 

Eu já fiz só com um carro, deixando-o a 500 metros da igreja, optando por subir a pé antes de iniciar o trilho 2, mas também já deixei dois carros em dois percursos diferentes.

Aqui fica um video para que possa contemplar um pouco do que este percurso lhe oferece.

Boas caminhadas!

Serras de Valongo

Valongo - cidade a contemplar (parte 1)

Caro Leitor,

Seguindo a modas do "pelo palmilhar é que vamos" , dos baloiços e miradoiros a surgir que nem pipocas, e da moda, que se não originou as outras de certo as reforçou, do "ai Covid deixa-me sair de casa para respirar!", surge esta tão esperada carta - tão esperada porque os leitores esperam por uma nova há mais de 5 meses.

Existe uma cidade, pequena por sinal, que em prol dos seus munícipes criou um circuito de contemplação para que os mesmos pudessem apreciar a beleza da sua terra de todas as frentes, de cima e de baixo, e para que outros a desejassem visitar. 

Valongo, topónimo do latim vulgar vallum longum (vale longo), é de facto um vale longo, conhecido por ser a terra da regueifa e do biscoito, e que agora será certamente também conhecido por este circuito. 

O circuito de contemplação, com mais de 30 km, inserido no Parque das Serras do Porto, permite subir e descer serras, vislumbrar Porto, Gaia, Maia e Matosinhos, entre outras localidades, e em dias limpos a serra do Marão, encontrar miradoiros e baloiços mas também tronos romanos, construidos em 2021 como símbolo da ocupação romana durante a extração do ouro da Serra de Santa Justa.

Circuito-de-contemplacao-de-Valongo-1-724x1024.jpg

Valongo e a mineração romana

Os mais de 30 km ligam vários trilhos que poderá fazer ao seu ritmo, uns completamente novos e com novas atrações, outros já existentes, nomeadamente o corredor ecológico.

Vivendo em Valongo e achando-me confinada ao meu concelho mas com ânsias de sair de casa, voltei-me para dentro, imitando muitos outros. Primeiro, para espairecer e praticar exercício físico, palmilhando por sítios percorridos por poucas pessoas, na esperança de não ter que usar máscara. Depois, para conhecer a fundo esse circuito de contemplação.

O primeiro percurso foi aquele que me levou ao marco geodésico de Quintarei e ao baloiço de Valongo e fi-lo em março deste ano.

Comecei o percurso junto à avenida Dr. Fernando Melo, lugar onde pode facilmente estacionar o carro mas se começar aqui terá já uma subida de quase 1km. Subida em asfalto, mas não obstante uma subida. Hoje já é possível ver no inicio desta longa subida um marco a denominar o km 22 neste circuito da contemplação. Depois desta subida optei pela subida mais difícil. Logo na rotunda se avista este trilho e não se deixe enganar - é puxado, mas em 10 minutos encontrar-se-á no topo.

IMG_20210313_155828.jpg

 

IMG_20210330_090852.jpg

As vistas sobre a cidade de Valongo começam a surgir.

IMG_20210330_091351.jpg

IMG_20210330_091746.jpg

Depois desta subida, voltamos a encontrar uma estrada larga onde aliás pode estacionar o carro caso queira começar o percurso num ponto mais próximo. Para isso, na rotunda depois da subida deve sair na segunda saída e virar na primeira à direita.

De qualquer maneira, quer tenha vindo até à estrada larga de carro ou a pé, deverá optar por virar à esquerda na bifurcação e subir mais um pouco.

IMG_20210330_092011.jpg

IMG_20210330_092126.jpg

A vegetação é rasteira e naquela manhã fresca e nublada as flores amarelas e lilases alegraram o dia.

IMG_20210330_092341.jpg

As vistas começam a ser mais interessantes, mas ainda vai ter que subir mais um pouco.

 

IMG_20210330_092804.jpg

Suba até encontrar o marco geodésico de Quintarei. Em março, estavam ainda a construir o baloiço mas agora poderá deliciar-se num baloiço e tirar uma fotografia com um romano.

IMG_20210330_093415.jpg

 

IMG_20210330_093336.jpg

IMG_20210330_093400.jpg

Do marco geodésico poderá seguir em frente por um trilho que o levará até a um outro baloiço, o baloiço de Alfena. Penso que em março ainda não estava pronto. Eu segui para o baloiço com vista para Valongo. Para isso, desci em direção ao eucaliptal da empresaThe Navigator Company. Cuidado ao descer por aqui. A descida é íngreme. Pode optar por voltar para trás até à bifurcação mencionada anteriormente e aí virar à esquerda seguindo a estrada larga de terra batida até ver um portão. Nesse local, deve virar à direita e continuar em frente até ao baloiço.

IMG_20210330_093850.jpg

Apesar da descida ser íngreme, o caminho é muito mais interessante e a vegetação variada. Depois de descer, vira à direita e embrenhe-se na floresta e siga sempre em frente, passando pelo portão do seu lado esquerdo. Quando a estrada se alargar, estará proximo do baloiço. Encontra-lo-á à sua direita.

IMG_20210330_100233.jpg

IMG_20210330_100226.jpg

Depois, pode regressar pelo mesmo caminho ou partir à aventura e descobrir outros trilhos, muros de pedra que dividiam terrenos no topo daquela serra, e, se a encontrar, aventurar-se nesta descida em direção ao Continente de Valongo.

IMG_20210330_102431.jpg

De qualquer modo, neste pequeno trilho poderá ver 3 baloiços com 3 vistas diferentes para o concelho de Valongo. Não é o trilho mais difícil, mas pode optar por torná-lo mais difícil e mais aventureiro se quiser, como já referi. Terá sempre de caminhar um pouco e subir para conseguir ver as atrações. É um bom trilho para começar a explorar Valongo.

Boas caminhadas!