Valongo - cidade a contemplar (parte 2)
Caro Leitor,
O segundo percurso escolhido foi um de dificuldade média a elevada.
Na verdade, o percurso de 14 km escolhido inclui vários trilhos. Não é totalmente circular, porque voltar ao ponto de partida implicaria subir no final dos 14 km novamente até à serra de Santa Justa, o que pode ser, para alguns, impraticável. Deverá para isso fazer opções: segmentar este percurso, omitir alguns segmentos, ter carros em pontos distintos, ou pelo menos não deixar o carro no topo da serra. Como referi, a dificuldade é média a elevada (ou média alta 😉), mas para quem não queira ou não consiga fazer este percurso é possível ver alguns dos destaques, fazendo para isso apenas algumas caminhadas de 500 metros. Por isso é perfeitamente possível fazer parte do mesmo com crianças.
Para fazer este percurso na sua totalidade, 14 km em serra, deverá despender 4 horas. As 4 horas permitir-lhe-ão fazer o percurso com calma, parar para descansar se for caso disso ou simplesmente para as inúmeras fotografias que tirará. Aconselha-se bom calçado, pois o percurso tem terreno irregular, escorregadio e por vezes com lama, protetor solar e muita água.
Inicia-se o percurso na Serra de Santa Justa, junto à igreja homónima, mas na subida até à igreja poderá ver ainda um baloiço sobre a cidade situada no vale longo. À data da primeira incursão por este local o baloiço ainda não estava construído.
O trilho está na retaguarda da igreja e para quem tem pouca molibidade é possível estacionar aqui o carro (a área possui dois estacionamentos - um junto à igreja e outro um pouco mais abaixo, com vistas sobre o rio Douro, um café e um pequeníssimo parque infantil) e fazer um perqueno percurso de 200 metros até ao trono romano com vistas soberbas para o rio, mar, Porto e Vila Nova de Gaia. Depois pode regressar novamente ao carro e deslocar-se no mesmo até a aldeia de Couce ou até a ponte suspensa, lugares por onde vos levo hoje.
O trilho que deverá seguir a pé é o número 2 que o leva até a aldeia de Couce. Na primeira parte do percurso estará sempre no cimo da serra, com vistas alargadas sobre as serras e as povoações, e será aqui que encontrará a descida mais difícil e os sítios mais descampados. Tenha cuidado nessa descida e esteja sempre atento às BTTs, motos, e outros veículos que por ali passam.
O trono está a poucos metros da igreja (opte pelo caminho à esquerda da igreja pois é relativamente mais curto) e oferece vistas até ao mar se perder de vista.
Depois deste local, deve continuar pelo trilho, ora subindo até à torre, ora descendo.
Grande parte do percurso até ao baloiço é neste tipo de terreno árido.
Caminho com pouca sombra mas que compensa pelas vistas.
Antes de encontrar o baloiço ainda passará por esta descida.
Parece fácil e será, desde que a faça com cuidado e com calma.
Do trono até ao baloiço serão 20 minutos a pé, sem passo apressado.
O baloiço não é para todos - está um pouco alto e mesmo na beira do precipício, chamemo-lhe assim. Por isso, decida se vale a pena baloiçar aqui ou só tirar a foto da praxe.
Cerca de 100 metros depois encontrará a casinha do padeiro. Casa pitoresca e muito propícia a fotos.
Descanse aqui um pouco, na sombra que o local oferece e vislumbre, lá em baixo, o vale verdejante junto ao Rio Ferreira, onde se esconde a típica aldeia de Couce.
Continue sempre pelo percurso 2. Irá surgir uma altura em que deve virar à esquerda e descer até Couce. 10 minutos separam-no da frescura da aldeia.
Desça aproveitando as vistas. Na zona frondosa, poderá optar por virar à esquerda e percorrer a aldeia de Couce ou seguir pela direita e atravessar a ponte.
Aqui é outro dos sítios onde pode trazer o carro. Daqui pode, como já referido, visitar a aldeia, dar um pequeno passeio junto ao rio ou começar aqui o percurso pela margem esquerda do rio.
Passe a pequena ponte e vire à esquerda. Encontrará esta sinalética.
Siga o trilho. Esta zona não só é mais fresca e com mais sombra, mas também com pouca elevação.
Deste lado da margem reina a calma só interrompida pelo rio que por vezes corre apressado.
Aqui, dependo do tempo, poderá encontrar alguma lama, principalmente quando se entra na floresta.
O percurso tem algumas indicações. Não pense que se perdeu.
Pouco depois desta indicação irá encontrar uma bifurcação e deve tomar o trilho da esquerda, para ir mais junto ao rio.
Depois é só continuar a seguir as indicações. Esteja atento, pois muitas delas estão nas rochas.
Já perto da ponte suspensa o percurso torna-se novamente mais difícil e não recomendado a pessoas com algumas limitações de mobilidade. Há que subir pedras, subir e descer terreno florestal com bastante inclinação. Mas as vistas são deslumbrantes. Se quiser desistir, vá pelo menos até aqui.
Suba a pequena ponte e bem perto daí encontrará uma espécie de varanda natural. Com lugar para se sentar, aproveite para contemplar tudo o que o rodeia e tudo o que já fez nesse dia.
Ganhe energias para retomar o percurso ou volte para trás se tiver que ser. Mas a ponte suspensa está a menos de 1 km.
Antes de passar a ponte, mesmo no sítio onde teria que descer para a aceder, continue um pouco mais em frente e quando encontrar um caminho à direita suba por aí e caminhe até encontrar a elusiva entrada para a pseudo lagoa azul. Elusiva porque nos parece fugir pois nem todos a encontram à primeira, e até à data do meu passeio não havia ainda indicação para a aceder. Pseudo porque não é mais do que um poço com água azul. Não a procure com a esperança de ver a Booke Shields, a designação lagoa azul é puro marketing.
Não deixa de ser um rico achado, especialmente num dia de grande calor, pois aqui o sol não ousa entrar e a frescura é convidativa, que nem uma armadilha. Cuidado, o piso é desnivelado e contem por vezes água. Apoie-se na lanterna do telemóvel se estiver demasiado escuro.
A gruta não é mais do que um fojo e a sua água azul à semelhança da lagoa azul das minas de Queiriga, em Vila Nova de Paiva, é mais azul quando a luz solar consegue entrar.
O trilho continua mas eu optei por descer até à ponte. Venha pelo mesmo caminho por onde subiu e encontre o trilho principal e se não vir a ponte, de certeza que ouvirá os gritos efusivos dos jovens que aí passam as tardes, atirando-se da ponte para o pouco profundo rio na pequenina praia fluvial.
Logo a seguir à ponte, faça um pequeno desvio de 100 metros, virando à esuqerda, até à rocha de escalada para ver a força do rio nas pequenas cascatas.
Retome o mesmo caminho e siga com o rio à sua direita até a rua da Azenha. Aqui poderá também estacionar o carro - existe um parque de estacionamento bastante grande, mas pode arriscar e conduzir até a casa com o jardim pitoresco, se não quiser andar tanto a pé.
Aqui poderá terminar o seu trilho ou continuar mais alguns km e fazer o corredor ecológico.
Na foto, tirada do parque de estacionamento, verá o corredor ecológico no sopé da serra, um passadiço em madeira. Não deixe de procurar pelos animais que por vezes andam à solta aqui na Rua da Azenha.
Dependendo da época encontrará uma flora simples e singela, mas abundante.
O percurso agora será feito ora em piso de madeira ora em solo florestal.
Pelo camiho encontrará pontes suspensas e pontes normais....
Terrenos agrícolas e animais...
O corredor ecológico leva-o até ao parque da cidade de Valongo (na verdade termina no parque radical, mas esse troço não é relevante para este percurso que fiz). Se deixou aí um carro, o seu percurso acaba aqui. Se o deixou junto à igreja de Santa Justa, ou perto da mesma, no início do percurso, terá de fazer uns 3 km a pé, subindo até à serra.
Eu já fiz só com um carro, deixando-o a 500 metros da igreja, optando por subir a pé antes de iniciar o trilho 2, mas também já deixei dois carros em dois percursos diferentes.
Aqui fica um video para que possa contemplar um pouco do que este percurso lhe oferece.
Boas caminhadas!