Edinburgh
Caro Leitor,
A cidade de Edimburgo não decepciona. Em comparação com Dublin, prefiro Edimburgo. Achei-a mais rica, mais colorida, mais vibrante, mais secreta, mais cheia de recantos inusitados, literalmente ao virar da esquina.
Os voos para esta cidade podem ser um pouco caros se estiver a pensar nos meses do verão. Por isso o melhor que pode fazer, se tiver um budget reduzido ou prefere gastá-lo noutras aventuras inseridas nesta grande aventura,é comprar os bilhetes de avião com bastante antecedência - assim poderá obter passagem de ida e volta por menos de 200 euros.
Gastos 200 euros nas passagens de avião, mal aterra no aeroporto de Edimburgo, tem duas opções. Se quer aproveitar para conhecer a capital sugiro que esqueça o aluguer de carro enquanto lá estiver. Deste modo, quando sai do aeroporto tem a hipótese de um táxi ou de um transporte público. A viagem de transporte público ainda é demorada e poderá ter de fazer transbordo. Por isso, se não estiver sozinho, aconselho o conforto do táxi. O valor dependerá do seu hotel claro, mas conte sempre com mais de 20 libras até ao centro. A viagem até ao hotel custou mais de 25 libras na tarifa noturna. Se preferir o táxi aconselho a reservá-lo antes. Encontrará, à saida do aeroporto, uma longa fila à espera dos táxis e apesar de os táxis estarem sempre a surgir, metade foram previamente reservados e com uma longa fila de pessoas, conte esperar 1 hora se não fez a reserva. Lesson learnt!
O nosso voo chegou mais tarde do que tínhamos previsto e com a longa espera pelo táxi quando chegamos ao hotel (depois das 23h) já não deu para passear à noite pela cidade. No entanto, vislumbramos o castelo à noite, iluminado por uma luz eerie amarela. Não posso aconselhar algo que não experienciei mas penso que passear pelas ruas de Edimburgo à noite será uma experiência muito gira. De relembrar que no verão às 22h o sol poderá ainda iluminar os céus escoceses por isso mesmo que jante pelo centro histórico terá que aguardar umas longas horas para ver a cidade cair na penumbra nos meses do verão. De relembrar que neste pais a tendência é para jantar bem cedo.
O plano era começar a explorar Dean Village, um pedaço de uma aldeia fundada no século XII, bastante pitoresca e que parecia oferecer fantásticas fotografias e umas tranquilas caminhadas. O nosso hotel ficava a norte do centro histórico e decidi, no meu plano, começar pelo ponto mais extremo a oeste para que no fim do dia estivesse mais perto do hotel caso quisesse regressar a pé. É possível obter alojamento no centro histórico mas os preços são mais elevados e terá que reservar com (muita) antecedência. Esta cidade é bem popular durante o ano inteiro mas mais nos meses de verão especialmente nos mês de julho e de agosto, principalmete início de agosto, data do festival Fringe.
Dean Village é pitoresca e pode acedê-la a pé ou apanhando um autocarro que o deixará junto à entrada onde as façadas das casas antigas contam histórias de outros tempos.
Passeie pelas ruas e deixe-se transportar para um tempo bem antigo.
Não sei bem se explorei na totalidade a Dean Village mas explorei o suficiente. Aqui encontrará a tranquilidade que não ouvirá no centro da cidade. Eram talvez 9 horas de uma manhã solarenga em Edimburgo e nas ruas medievais passeávamos só nós.
Bem perto dali está St. Mary's Cathedral. Tão imponente por fora como por dentro. Aberta das 8 às 18h no horário de verão com entrada gratuita.
Este pórtico é de fato muito bonito e elaborado.
Depois, direção a Vennel, uma ruela na Grassmarket que sobe para nos dar uma vista do castelo de Edimburgo. O degrau 50º dar-lhe-á a vista perfeita do castelo altaneiro.
Se subir um pouco mais encontrará a Flodden Wall e a Telfer Wall, partes dos muros construídos para defender a cidade dos Ingleses.
Descemos novamente e subimos penosamente em direção ao castelo passando pelo icónico Fiddler's Arms pub.
Já tinha lido que o melhor seria comprar bilhete online e a verdade é que eram 12 horas e já não havia bilhetes na bilheteira. Por isso se quiser visitar este castelo, adquira o seu bilhete online (£15.50). O castelo não é propriamente um conto de fadas no seu exterior mas conta, quem o visitou por dentro, que vale a pena.
J.K.Rowling escrito escocesa famosa pelos livros do Harry Potter inspirou-se na sua terra natal para os seus livros - terá ela ou os realizadores tirado inspiração destas bancadas para as bancadas do Quidditch?
No entanto, se por acaso mesmo assim não conseguir bilhetes, terá inúmeras oportunidades para entrar em importantíssimos e fantásticos castelos na sua aventura pela Escócia. Esteja perto para ouvir o canhão Meg ser disparado às 13h em ponto nas imediações do castelo.
Percorremos parte de Victoria's Street, famosa pelos restaurantes, pubs, e cafés até desembocarmos no Greyfriar's kier (igreja) kirkyard (cemitério) e no Bobby, a estátua do cão cujo nariz já está tão amarelo de tanta mão passada por lá. O cemitério serviu de inspiração para J.K.Rowling e por lá encontrará sepulturas com nomes bem conhecidos. Obtenha a localização das mesmas a não ser que queira passar todas a pente fino em busca dos nomes. Lesson learnt!
O National Museum of Scotland é ali perto (Chambers Street) e gratuito (10h-17h) mas nós decidimos que o tempo convidava ao exterior e a próxima paragem seria St. Giles Cathedral. Fica na Royal Mile, uma rua calcetada emblemática de Edimburgo, por onde os turistas deambulam exaustos de tanta história, beleza e souvenirs.
St. Giles Cathedral, em honra do padroeiro da cidade, é um belíssimo edifício medieval. De segunda a sexta está aberta das 9h às 19h e no fim de semana o horário é mais reduzido. Encontrará à entrada uma estátua erigida em honra de Adam Smith um filósofo e economista escocês. Curiosidade: por que razão se encontra está estátua em frente à catedral? A estátua encontra-se num antigo mercado, numa área onde Smith trabalhou e viveu e está virada para o porto de Leith, com conotações com o comércio e as trocas, e para Fife, onde Smith nasceu. A estátua está cheia de outros simbolos que aconselho o leitor curioso a investigar.
Uma vez lá dentro, deslumbre-se com a Thistle Chapel. Vai passar algum tempo a olhar para os tetos.
Victoria Street é talvez a mais fotografada rua de Edimburgo, com as suas casas coloridas e a ligeira curva que faz as delícias de qualquer videógrafo/instagramer. A minha foto não lhe faz justiça. Na parte superior encontra alguns restaurantes e na parte inferior encontrará maioritariamente lojas.
Um almoço rápido junto ao Scott Monument, nas escadarias que lhe dão acesso com vista para os Princes Street Gardens, foi o que se seguiu. Este monumento gótico homenageia o escritor Sir Walter Scott. O sol quente convidava a uma tarde de preguiça. Mas este dia seria longo, de acordo com o plano e depois de um descanso breve partimos.
As ruas estavam agora bem mais movimentadas e era mais difícil apreciar a paisagem. Afastámo-nos um pouco do centro em direção a St. Mary's Catholic Cathedral. Também ela grátis.
Próxima paragem foi Calton Hill, uma pequena elevação com vista 360º sob a cidade e salpicada por alguns monumentos.
Calton HIll oferece também vistas para Arthur's seat, de origem vulcânica esta maior elevação de Edimburgo ergue-se a 251 metros e é local de eleição para quem gosta de caminhadas e de vistas alargadas. É uma caminhada de 30 minutos, uma vez no sopé, perto de Hollyrood Palace, mas quem a faz diz que vale a pena. Eu, infelizmente decidi poupar o meu joelho e tornozelo para as montanhas e depois de 20 km a percorrer Edimburgo achei melhor não abusar da minha sorte.
Ainda em Calton Hill poderá encontrar turistas bem como locais e um ocasional tocador de gaita de foles, ou dois, bem como um canhão com o nome de Portuguese Canon. A história é complexa.
A caminho de Arthur's Seat, passamos pelo extremamente moderno edifício parlamento e vamos tendo uma visão mais próxima deste monte.
Um dos arrependimentos desta viagem foi não ter podido visitar Hollyrood Palace and Abbey, lugar icónico para Queen Mary, Queen of Scots. Fica do lado oposto do Parlamentoe e é, algo a visitar pela sua beleza. Na altura o bilhete custava £18.50 mas incluia uma muti-media tour.
Aqui fica uma foto da vista de Arthur's Seat.
O cansaço levou-nos ao Nicholson's para o jantar. Depois de esperarmos 30 minutos talvez, sentámo-nos e provamos o Haggis, Neeps and Tatties. Yum! Recomendo este prato e recomendo a prova do Haggis - não deixe que a descrição o desencoraje.
Como sobremesa, e só mesmo para provar, experimentámos o Cranachan - feito com uma mistura de nata batida, whiskey, mel e framboesas frescas. Não é propriamente um gostoso ex-líbris. É apenas uma sobremesa.
E foi assim este dia repleto de monumentos e quilómetros. Nada mal para uma introdução à cidade de Edimburgo.