Irlanda - 7º dia - Earth and Sea and Air
Caro Leitor,
Dia 1 - Clare: Cliffs of Moher - Burren National Park
Chegámos cedo à famosa paisagem recortada à beira-mar. Seguimos as dicas da nossa simpática anfitriã - reservámos online o parque de estacionamento no dia anterior, mas só para uma pessoa. O percurso junto às falésias é gratuito, mas o parque de estacionamento em frente é pago, não por viatura mas por ocupante. A reserva online para efetuar o percurso de manhã (8h-10h59) é 4 euros, por oposição a 8 euros por pessoa que seriam pagos no local. Das 11 horas às 16 horas o valor é de 8 euros, voltando aos 4 euros a partir desta hora. Junto à estrada não é possível estacionar, pelo que o parque de estacionamento é uma boa ideia. Melhor ainda se a reserva for feita online e só o condutor se deslocar ao estacionamento. Como eramos 4, pagar 1 euro por estacionamento é muito melhor do que pagar 8 euros! Smart thinking is key!
Eram talvez 9 horas quando chegámos. Segundo as minhas pesquisas online, o percurso mais bonito é o percurso sul (logo após a entrada virar à esquerda), por isso depois do impacto do primeiro e grandioso miradouro perto do centro interpretativo, fomos até à O'Brien's Tower e ainda caminhámos um pouco pelo percurso norte. Facilmente faríamos tudo se o quiséssemos e se não estivesse planeado ver também o local de um outro ponto de vista - do mar. Como fizemos uma grande parte do percurso norte, quando nos voltámos para o percurso sul não fomos mesmo até ao seu término, calculando que talvez não tivéssemos tempo para o percurso de barco. Assim, tendo em conta que o percurso sul é deveras o mais bonito, o meu conselho é que vá até à torre e um pouco mais além, mas não muito, e depois faça o percurso sul até à ponta. De manhã cedo não encontrará muitos visitantes e muitas partes do percurso estamos só nós, mas a partir das 11 horas as enchentes surgem e fazer o regresso é por vezes complicado, tendo que esperar para dar a vez aos turistas. Por isso calcule bem, pois os 8 km de extensão das falésias transformar-se-ão em 16 km caso queira fazer todo o percurso. Tendo em conta a quantidade de turistas em ambos os sentidos pode muito bem demorar mais de 4 horas por lá.
A paisagem domina todas as fotos que possa tirar e sentimo-nos pequeninos.
The Irish Cliffs of Moher, Wallace Stevens
Who is my father in this world, in this house,
At the spirit’s base?
My father’s father, his father’s father, his--
Shadows like winds
Go back to a parent before thought, before speech,
At the head of the past.
They go to the cliffs of Moher rising out of the mist,
Above the real,
Rising out of present time and place, above
The wet, green grass.
This is not landscape, full of the somnambulations
Of poetry
And the sea. This is my father or, maybe,
It is as he was,
A likeness, one of the race of fathers: earth
And sea and air.
Sentimos-nos em contacto com o mar, a terra e o ar. E o fogo? - pergunta o leitor atento. Esse, trazemo-lo dentro de nós depois de visitar este local.
Estava receosa do tempo, esperando a qualquer altura ser varrida por uma forte rajada de vento vinda do mar. Aliás, a ideia que tinha deste local esteve sempre associada ao vento. No entanto, nem uma brisa corria. O céu brilhava nessa manhã e o sol queimava a pouca pele descoberta. Fica por experienciar as falésias num tempo mais cinzento e a ponta sul das falésias - uma aventura adiada para já.
Depois da visita passamos pelo visitor's centre para comer e beber algo e perceber se ainda haveria alguma lembrança a comprar.
Partimos para Doolin, aldeia berço da música irlandesa, pitoresca e lugar onde embarcaríamos.
No porto onde se encontram os barcos para ver os penhascos por mar, o parque é pago (1euro por hora penso) e é só calcular o tempo que demorará a sua viagem. Mas cuidado, o parque é pequeno e facilmente fica lotado. Chegámos antes das 13h e felizmente encontrámos um lugar, mas vimos muitos condutores a desesperar. Decidimos partir no barco que sairia dali a 30 minutos - tempo suficiente para estacionar corretamente, comprar os bilhetes, pagar o estacionamento, com a ajuda de um simpático irlandês, e esperar 20 minutos na fila.
Uma vez no barco, há lugares sentados na parte inferior e existe uma parte superior onde o visitante terá que ir em pé. A viagem é tranquila e consegue apreciar a estrutura colossal que são os Cliffs of Moher.
O barco leva-o ao longo da costa e quando dá a volta, o turista tem direito a uma explicação gravada ao som de música de fundo irlandesa. Vale a pena o passeio que custa 15 euros e demora 1 hora. No entanto, o passeio por terra é bem mais bonito do que por mar. (Nota: Neste passeo de barco, poderá vislumbrar a entrada da gruta que surge no filme Harry Potter - The half-blood prince. A entrada também se vislumbra na primeira foto colocada nesta carta.)
Se tiver tempo, este é um bom local para embarcar rumo as Aran Islands. Há ferries para as ilhas, sendo a ilha de Inishmore a mais popular. Também aqui poderá visitar umas grutas, as Doolin caves, e alguns castelos como Ballinalacken Castle e Dungaire Castle.
Depois de um almoço breve no porto de Doolin, dirigimo-nos para Burren National Park, famosa área de calcário que contém túmulos megalíticos e e alguns trilhos. Nós fizemos o White Arrow (1,5 km, 40 minutos). Chegámos por volta das 15h30 e estacionámos numa estrada de terra batida do lado esquerdo, onde mais carros se encontravam estacionados. O percurso é muito fácil de se fazer, ainda que por vezes tenha de caminhar por cima de pedras.
Não é um percurso de uma beleza extraordinária e até hoje ainda não percebi o que eram os números perto de algumas formações rochosas. Oh well, valeu pelo exercício físico feito. Talzvez fosse o cansaço que toldou este passeio, mas este percurso não ficará no meu top.
Rumámos a Galway. Às 18h30 já estávamos no nosso alojamento pelo que tivemos bastante tempo para ver a cidade antes de anoitecer. Mas isso fica para a próxima carta!
P.S. I love you Cliffs of Moher!