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Letters and words

Letters and words

Pela subversão é que vamos

 

 

Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
Ao que desconhecemos
E ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos.

 

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Caro leitor,

Recordei-me deste poema depois da visualização dos dois primeiros episódios da série que aqui "apresento" e enquanto buscava um título interessante para esta carta. O poeta pretendia, provavelmente, referir-se a algo muito diferente do que transparece na série em questão. No entanto, num ponto de vista subversivo, meu e talvez só meu, julgo que pode espelhar a realidade distópica da série.

Há cada vez mais séries e mais diversidade nos temas. O budget das mesmas cada vez mais se aproxima do dos filmes hollywoodescos, atraindo atores conceituados e espectadores. As séries estão cada vez mais interessantes, seja pela qualidade dos atores envolvidos, seja pelos guiões muitas das vezes inspirados em literatura. E a qualidade vai aumentando à medida que a procura se intensifica.

Assisti ao primeiro episódio recomendada por alguém que conhece o meu gosto pelas distopias (ler carta velhinha) e deixei-me embrenhar na trama ao mesmo tempo que me surpreendia pelo criativo olhar distópico da autora, Margareth Atwood, pelas direções tomadas nos subsequentes episódios, decisões dos guionistas ou da autora.

The Handmaid's Tale é uma série inspirada na obra homónima da canadiana Margareth Atwood, de 1985, que, aliás, já tinha servido de mote a um filme nos inícios da década de 90. A narrativa na primeira pessoa abre-nos as portas a um futuro não tão distante do nosso. A visão tão distorcida da realidade é-nos explicada pouco a pouco ao longo dos episódios com a ajuda de flashbacks e é sem dúvida uma série que favorece a reflexão. Garantido está o entretenimento, a reflexão, e pensamentos do género "Eu sei por onde isto vai! Ah,... afinal não." Garantido estará também o oscilar de sentimentos por parte do espetador: ora vai gostar de uma personagem, ora a vai detestar no episódio seguinte, ora a detesta agora, ora a percebe nos episódios subsequentes.

Aqui fica só um prelúdio... Mais virá, depois da visualização da primeira temporada e da imperdível leitura do livro (dizem, por aí, que a série está melhor que o livro na construção/embelezamento do mundo, para qual a excelente atuação dos atores muito deve ter contribuído).

 

 

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