The day our country stood still
Caro Leitor,
Se não reconhecer a graça do título, não se preocupe. É apenas uma graça.
Hoje o nosso país parou para ouvir o primeiro ministro discursar sobre o estado da nação. O país parou para ouvir o que há algum tempo ansiava ouvir, para constatar que algumas das suas piores previsões se tinham realizado.
Espera-se que o país tenha parado para refletir sobre comportamentos passados e se apronte a repensar os comportamentos que necessitam de serem mudados (país e população).
Espero que esta paragem não tenha um impacto tão negativo como se pensa, para o país e para a população.
Espero que com esta paragem possa aproveitar para respirar e desacelerar o ritmo maluco que me obriguei a manter ao longo destes anos. Espero que consiga respirar nesta paragem obrigatória para o meu sector de trabalho: a educação. Espero - porque não sei se o trabalho que deveria fazer nestas próximas semanas terá que ser compensado de uma outra maneira (a minha costela pessimista imagina já trabalho extra em julho e agosto). Espero que finalmente tenha tempo para pôr todas as minhas leituras em dia, para ver todas as séries que todos recomendam, para dormir e comer bem, para praticar mais exercício físico, para acordar bem disposta e com tempo para saborear pequeno-almoço com vista para uma manhã ensolarada, para educar a minha mente, para falar com amigos nem que seja por telemóvel, para planear aulas, corrigir testes, elaborar avaliações, rever trabalhos e projetos, repensar estratégias.
I know, I know, estava a ir tão bem...
ESPERO.
Espero que neste descanso forçado mas necessário não fique doente - não há nada pior do que ficar em casa porque se está doente. Bem, talvez haja, mas espero que perceba a graçola.
P.S. Espero que a pandemia se possa resolver o mais rapidamente possível. Um abraço virtual para todos aqueles cuja vida se tornou ou se tornará mais difícil com o Coronavírus. Um beijinho virtual também para as crianças que até à hora (23.34) se encontram retidas numa escola da Maia.