Valongo - cidade a contemplar (parte 1)
Caro Leitor,
Seguindo a modas do "pelo palmilhar é que vamos" , dos baloiços e miradoiros a surgir que nem pipocas, e da moda, que se não originou as outras de certo as reforçou, do "ai Covid deixa-me sair de casa para respirar!", surge esta tão esperada carta - tão esperada porque os leitores esperam por uma nova há mais de 5 meses.
Existe uma cidade, pequena por sinal, que em prol dos seus munícipes criou um circuito de contemplação para que os mesmos pudessem apreciar a beleza da sua terra de todas as frentes, de cima e de baixo, e para que outros a desejassem visitar.
Valongo, topónimo do latim vulgar vallum longum (vale longo), é de facto um vale longo, conhecido por ser a terra da regueifa e do biscoito, e que agora será certamente também conhecido por este circuito.
O circuito de contemplação, com mais de 30 km, inserido no Parque das Serras do Porto, permite subir e descer serras, vislumbrar Porto, Gaia, Maia e Matosinhos, entre outras localidades, e em dias limpos a serra do Marão, encontrar miradoiros e baloiços mas também tronos romanos, construidos em 2021 como símbolo da ocupação romana durante a extração do ouro da Serra de Santa Justa.
Os mais de 30 km ligam vários trilhos que poderá fazer ao seu ritmo, uns completamente novos e com novas atrações, outros já existentes, nomeadamente o corredor ecológico.
Vivendo em Valongo e achando-me confinada ao meu concelho mas com ânsias de sair de casa, voltei-me para dentro, imitando muitos outros. Primeiro, para espairecer e praticar exercício físico, palmilhando por sítios percorridos por poucas pessoas, na esperança de não ter que usar máscara. Depois, para conhecer a fundo esse circuito de contemplação.
O primeiro percurso foi aquele que me levou ao marco geodésico de Quintarei e ao baloiço de Valongo e fi-lo em março deste ano.
Comecei o percurso junto à avenida Dr. Fernando Melo, lugar onde pode facilmente estacionar o carro mas se começar aqui terá já uma subida de quase 1km. Subida em asfalto, mas não obstante uma subida. Hoje já é possível ver no inicio desta longa subida um marco a denominar o km 22 neste circuito da contemplação. Depois desta subida optei pela subida mais difícil. Logo na rotunda se avista este trilho e não se deixe enganar - é puxado, mas em 10 minutos encontrar-se-á no topo.
As vistas sobre a cidade de Valongo começam a surgir.
Depois desta subida, voltamos a encontrar uma estrada larga onde aliás pode estacionar o carro caso queira começar o percurso num ponto mais próximo. Para isso, na rotunda depois da subida deve sair na segunda saída e virar na primeira à direita.
De qualquer maneira, quer tenha vindo até à estrada larga de carro ou a pé, deverá optar por virar à esquerda na bifurcação e subir mais um pouco.
A vegetação é rasteira e naquela manhã fresca e nublada as flores amarelas e lilases alegraram o dia.
As vistas começam a ser mais interessantes, mas ainda vai ter que subir mais um pouco.
Suba até encontrar o marco geodésico de Quintarei. Em março, estavam ainda a construir o baloiço mas agora poderá deliciar-se num baloiço e tirar uma fotografia com um romano.
Do marco geodésico poderá seguir em frente por um trilho que o levará até a um outro baloiço, o baloiço de Alfena. Penso que em março ainda não estava pronto. Eu segui para o baloiço com vista para Valongo. Para isso, desci em direção ao eucaliptal da empresaThe Navigator Company. Cuidado ao descer por aqui. A descida é íngreme. Pode optar por voltar para trás até à bifurcação mencionada anteriormente e aí virar à esquerda seguindo a estrada larga de terra batida até ver um portão. Nesse local, deve virar à direita e continuar em frente até ao baloiço.
Apesar da descida ser íngreme, o caminho é muito mais interessante e a vegetação variada. Depois de descer, vira à direita e embrenhe-se na floresta e siga sempre em frente, passando pelo portão do seu lado esquerdo. Quando a estrada se alargar, estará proximo do baloiço. Encontra-lo-á à sua direita.
Depois, pode regressar pelo mesmo caminho ou partir à aventura e descobrir outros trilhos, muros de pedra que dividiam terrenos no topo daquela serra, e, se a encontrar, aventurar-se nesta descida em direção ao Continente de Valongo.
De qualquer modo, neste pequeno trilho poderá ver 3 baloiços com 3 vistas diferentes para o concelho de Valongo. Não é o trilho mais difícil, mas pode optar por torná-lo mais difícil e mais aventureiro se quiser, como já referi. Terá sempre de caminhar um pouco e subir para conseguir ver as atrações. É um bom trilho para começar a explorar Valongo.
Boas caminhadas!